segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Sobre os corais

Eu poderia escrever aqui durante uma semana sobre a minha experiência sobre corais, aqueles grupos de pessoas que cantam dividindo às vozes com acompanhamento raro de instrumentos, costumeiro de playbacks e às vezes à capela mesmo. Mas ao pensar melhor sobre o assunto, resolvi abreviar para um post esse assunto, senão o leitor nunca mais apareceria neste blog, talvez nem eu mesmo!

Quando eu tinha meus 16 e tralalá entrei num coral de adolescentes de uma Igreja Batista em Mauá, todo domingo havia um ensaio de aproximadamente 1hs30min. Ensaiamos uma cantata para apresentar na famosa programação de fim de ano que rola nas Igrejas do mundo todo. Depois de vários ensaios, a cantata foi apresentada num ou em dois domingos, eu lembro que em um deles eu usei uma camisa com gravata do Mickey (moda da época). Era véspera de natal e aquela experiência da canta foi bacana (sigam, sigam a estre-eee-laaaa).

No ano seguinte (1997) tirei folga de coral, mas todo santo domingo eu ouvia o coral lá da Igreja. Algumas músicas eram muito lindas, outras, ui, digamos, eram bem ensaiadas... Em 98 eu resolvi integrar o coral da Igreja, e mais uma vez, ensaios e ensaios dominicais. Na época não saia da casa dos trigêmeos Alexandre, Aldenízio e Mariana (trigêmeos idênticos!) e depois do almoço animal preparado pela irmã Lúcia, eu ficava com os três morgando, assistindo filmes, ouvindo músicas (minha fase heavy metal, yeah) ou apenas reclamando da pífia típica programação televisiva dominical brasileira... mas lá pelas 16hs00min, eu e os meninos tínhamos que ir aos ensaios de coral... ui! Às vezes eu cochilava nos ensaios, às vezes era no meio do culto mesmo, sempre contando com a boa vontade do Lucimaro em dar aquela bendita cotovelada despertadora, que fazia os olhos esbugalharem... Quando era verão, ainda existia o efeito sauna provocado pela Beca, aquele indumentário característico dos corais de meu Deus...

Como fui envelhecendo, fui criando juízo, e resolvi abandonar essa minha fase coral, afinal, ou me dedicava ou espirrava né...

Anos depois de sair do coral, quando eu morava em Curitiba, sempre recebia notícias de um conhecido meu que estava ficando para titio, por questões éticas não vou citar o nome dele, farei o possível para proteger a identidade dele! Mas então, ficava sabendo que esse cara andava por aí triste e quando encontrava com ele ou telefonava para ele, ao perguntar sobre o que ele fazia nos finais de semana eu fiquei alarmado: cantava no coral e em casamentos.

Preocupado com a sua integridade física, comecei a insistir para ele abandonar essa prática maléfica, e conhecer mais pessoas (leia-se moças solteiras) nos finais de semana, já que o rapaz trabalhava como um louco durante à semana. Depois de muitos conselhos e ultimatos, eu e um grupo de amigos da época conseguimos convencê-lo de realizar uma visitinha para mim em Curitiba, e para surpresa de todos, lá ele conheceu sua futura esposa. Hoje ele está casado e bem mais tranqüilo que naquele tempo, tudo isso porque ele abandonou os ensaios, as apresentações, os casamentos e as sociais do coral para num final de semana de feriado prolongado me visitar! Foi aí que percebi o efeito nocivo dos corais na vida dos seus participantes mais assíduos! Isso também vale para instrumentistas que são convocados sábado após sábado para tocar em casamentos e afins!


Um grande amigo meu, o Marcelo, certa vez cunhou um dilema que eu uso ainda hoje: “Coral só no céu!”


Portanto, se em algum dia da sua vida você possuir como opção um passeio com os amigos ou uma apresentação de Coral, não pense duas vezes, vá sair com os amigos (a não ser que haja alguma coisa muito interessante nesse coral, mas aí isso é uma outra história...).

Um comentário:

André Castilho disse...

Fábio... Você é um maluco mas eu gosto de você. O artigo ficou legal mas eu proponho algo para se pensar: e se o coral, ou banda, ou sei-lá-mais-o-que-for, for o seu grupo de amigos? Abraços fortes!