segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Prepare-se para ser surpreendido...

Isso mesmo!

A lição vêm do maravilhoso filme Dan in real life (Eu, meu irmão e a nossa namorada), com Steve Carell e Juliette Binoche no elenco e trilha sonora belíssima de Sondre Lerche.

Se você assiste How I Met Your Mother (seriado norte-americano) conhece Ted Mosby o arquiteto que pensa muito e planeja demais, pois é, sou muito parecido com ele nesse quesito. Entretanto planejar não significa necessariamente em encontrar soluções práticas e processos estáveis. A música nove luas dos Paralamas ilustra bem isso. Peso o tempo e o vento, analiso a economia, acompanho os desdobramentos e faço o meu planejamento, baseado na prudência, com calma e paciência. Lembro das aulas do meu professor de Logística Empresarial, o Ferrante, que sempre insistia com os alunos na necessidade de planejar. Segundo ele, o planejamento é necessário porque ele não será plenamente realizado, mas nos fornecerá idéias para solucionarmos as indesejáveis surpresas que teremos durante a execução do planejamento. Sábias palavras!

Nos planejamos para não sermos surpreendidos por coisas que consideramos indesejáveis, mas se o querido leitor for uma pessoa que já experimentou “o jeito engraçado da vida” (life is funny way) em lidar com a nossa história (definição extraída da Alanis Morissete em sua canção Ironic), saberá que as circunstâncias (chamo elas de tempo e vento) vão de alguma maneira nos pegar de calça curta. Seja o casamento perfeito que hoje está arruinado, o emprego maravilhoso que sugou nosso tempo, nosso ânimo e nossas energias ou a saúde que desapareceu e nos deixou repentinamente num leito de hospital público, enfim, essas coisas acontecem em nossas histórias, por mais vezes que tenhamos ouvido “feliz 2009!” de umas quinhentas pessoas. Aliás, essas coisas apenas acontecem com pessoas que vivem nesse planeta, não importando sua idade, gênero, condição social, religiosa, etc.

Não posso ser falso com você que lê o meu blog! Em 2009 coisas ruins acontecerão com você! E não caia na besteira de querer dar uma de contador no fim do ano, elencando as coisas boas e ruins como se fossem o Ativo e o Passivo de uma empresa e depois analisar se fechou o ano no azul ou no vermelho. A vida não funciona assim. Algumas coisas ruins acontecerão com você e elas podem tirar o seu ânimo de viver como um soco tira o ar do estômago e nos leva de joelho ao chão. Numa das poucas coisas que concordo com o filósofo alemão Nietsche é que o sofrimento tem o poder de nos aperfeiçoar, nos tornar pessoas melhores. Ele dói muito, mas nos deixa mais sensíveis quanto ao outro, mais fortes quanto as diversidades, mais humanos quanto a vida.

Sonhos frustrados não são uma tragédia. A tragédia é desistir de sonhar. A morte dos sonhos serve de adubo para a formação de outros. Você já pensou na quantidade de sonhos egoístas e mesquinhos que já teve? Já pensou no desastre que seria a realização de alguns sonhos? Pense nisso... A não realização de um sonho pode nos conduzir a sonhos não apenas belos, mas palpáveis, altruístas, que consideram a existência do outro. Sonhos que demandarão nosso esforço, nosso cansaço e até mesmo nosso aborrecimento, mas que sua concretização não apenas nos satisfaz, mas nos torna pessoas melhores por satisfazer a outros.

Mas 2009 não será apenas sombrio. Haverão momentos maravilhosos, que poderão ser vividos se nosso coração não estiver amargo, nossa mente estiver limpa, nossa perspectiva da vida estiver equilibrada. Portanto, prepare-se para ser surpreendido, pois a beleza da vida está em seu movimento, seja nas coisas tristes ou alegres, não perda a oportunidade de viver: chorar, sorrir, correr, respirar sentindo o ar, olhar para o céu, conversar com as pessoas e com Jesus, sentir a chuva, pegar uma gripe, sentir o perfume doce que paira no ar, sentir dor de cabeça, torcer para o seu time do coração, ouvir alguns nãos e também os sims.

Em 2009 se tiver que se preparar para alguma coisa, prepare-se para ser surpreendido!

Fábio - que teve um 2008 doído, frustrante mas que não deixou de apreciar os momentos incríveis...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Amor de perdição

É estranho quando vemos casos na tv como o de Eloá. Uma menina de 12 anos que começa a namorar um rapaz de 19 anos, que depois de 3 anos é assassinada pelo mesmo porque rompeu a relação com ele e começa a namorar com um terceiro.
O caso de Eloá não é isolado. Ele apenas é um de diversos desdobramentos relacionais de nossa época. Depois que a desgraça ocorreu, ficamos pensando no que deu errado. Muitos condenaram a mãe da menina por permitir o relacionamento da menina aos 12 anos, mas a situação não é tão simples como parece. O argumento da mãe sobre a permissão se baseou no já conhecido "se nós pais proibimos, então os filhos fazem escondido".
Todos nós somos responsáveis pela situação presente. Ou fomos compassivos com as mudanças ocorridas em nossa sociedade ou simplesmente nos calamos diante das mesmas. Leia-se "calamos" como a inércia de debater em nossos círculos sociais sobre tais mudanças, seus benefícios, malefícios e impactos presentes e/ou futuros que elas nos trazem. Dar "pitaco" em situações ocorridas com "outros" não se enquadram nesse escopo, e nunca na história da humanidade isso contribuiu com a reflexão e/ou aperfeiçoamento das relações humanas.
Sempre que um crime desse choca o país e há a existência do "clamor popular" ouvimos aquelas frases feitas do tipo: "Isso é falta de Deus", ou "Precisamos resgatar a moral", etc...
Na minha opinião, isso é um paliativo que utilizamos para aliviar nossa perplexidade e continuarmos nossa corriqueira jornada desprovida de reflexão, meditação, silêncio e compartilhamento de como estamos vendo o mundo atual com outras pessoas.
Um velho sábio poeta de uma sabedoria milenar certa vez escreveu: "não despertem nem provoquem o amor enquanto ele não o quiser". Antes que você, paciente leitor, se pergunte sobre o significado dessa pérola, apenas saiba que ela provém de uma época em que o pensamento humano compreendia que há um tempo específico para a implementação de decisões na vida, da mesma forma que há tempo específico, de acordo com as épocas que existem para se plantar, cultivar e colher.

Sabemos que uma mulher pode ter uma gestação a partir do momento que seus óvulos estão prontos para o processo, mas isso não significa que tão logo esse processo seja iniciado ela deve se dispor a maternidade. As pessoas não nascem prontas, todos nós estamos num processo de maturação. Provar de frutos verdes não é um ato saboroso ou prazeroso, é algo amargo, que tira todo o potencial que o sabor poderia alcançar caso amadurecesse no tempo devido.

A cada ano os relacionamentos amorosos entre pessoas tem se iniciado mais cedo e com um novo arranjo para a nossa época: os relacionamentos amorosos entre pessoas do mesmo sexo. Isso não é novidade dentro da história da humanidade, mas, me pergunto: Por que não olhamos para a história procurando os indícios sobre as culturas que possuíam essa prática e os motivos que levaram a implementá-la e depois abandoná-la? Acredito que isso nos ajudaria muito a encontrarmos parâmetros para discutir a situação atual.

Outras perguntas me incomodam:

· A relação sexual é o ápice da felicidade humana? A pessoa só pode se declarar feliz caso tenha uma vida de atividade sexual?

· Por que o sexo é encarado na atualidade como uma atividade equivalente a uma prática de entretenimento, como assistir um filme, praticar por diversão um esporte, etc?

· O ato de poder gerar uma nova vida é realmente algo valioso para nossa sociedade? Temos o devido respeito sobre gerar uma nova vida ou simplesmente a vemos como um processo que pode ser manipulado e totalmente reversível?

· O que relacionamentos como ficar, namorar, noivar e casar realmente significam para nossa sociedade como um todo? O problema está intrinsecamente nos arranjos criados ou comportamento humano atual diante deles?

· Devo consultar alguém, como meus pais, amigos, professores, antes de tomar decisões significativas sobre minha vida? Fico pensando o que poderia ter acontecido se Lindenberg procurasse um amigo e compartilha-se com ele o que estava planejando para “recuperar” o “amor” de Eloá.

· Como a polícia inglesa conseguiu diminuir e quase eliminar a comercialização de armas dentro da Inglaterra? O que nos impede de implementar isso no Brasil? Que outras soluções podemos encontrar para esse problema de nosso país?

· Quais são os procedimentos utilizados pelo o GATE em situações de seqüestro? Existe um diagrama processual de decisões passíveis de implementação quando esgotados as tentativas de negociação de libertação de reféns?

· Afinal, o que de fato representa essa palavra denominada amor?

Acredito que esses questionamentos nos ajudarão a iniciar um processo de reflexão e discussão dentro de nossos círculos sociais, desde que sejam encarados com franqueza e gerem respostas sinceras, por mais perturbadoras que sejam.

Fica aqui registrado a minha tristeza com o ocorrido com essas famílias de Santo André e meu desejo que sejam consoladas por Jesus Cristo através daqueles que os amam ou que se compadeçam com a dor gerada por essa tragédia.

Que ela apenas não alimente a necessidade de produzir notícias da imprensa e curiosidade da população brasileira, mas que sirva de lição, tanto para famílias, adolescentes desejosos de amadurecer precocemente desnecessariamente, amigos, professores e para a sofrida polícia brasileira.

Até o próximo post!

Fábio

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Sobre o cavaleiro das trevas e a fé cristã...


Esse filme do Batman deu muito o que falar. De fato, é uma obra-prima do cinema atual.
Fiquei perplexo com a atuação do ator que interpretou o Coringa, aliás, esse personagem em muito me lembrou um ser de verdade, mas não de carne e osso: o capeta.

Esse Coringa tem a anarquia correndo nas veias. Ele foi baseado na incrível HQ Piada Mortal. O cara transforma a cidade num verdadeiro caos simplesmente porque é obcecado em destruir o Batman. Ele não está preocupado com qualquer outra coisa, ele assalta o banco, debocha da máfia, queima o dinheiro, golpeia os orgãos do estado, assassina pessoas, enfim, ele avacalha tudo, apenas, para infernizar a vida do Batman.

Ele sabe que o Batman rege suas ações por um código de conduta baseado na justiça, na preservação do ser humano, mas, ele também sabe que o Batman é humano, e por isso corruptível. Então ele começa a desafiar o Batman quanto aos seus valores, sem se importar de tomar uma surra do herói até cair morto. O seu objetivo não é sobreviver, ele perdeu sua vida, a razão própria de existir há tempos, por isso, a única motivação que possuí é detruir o Batman, reduzi-lo a um ser medíocre, que mesmo possuindo boas aspirações decide abrir mão delas para satisfazer suas necessidades, no caso, a de vingança pura e simples.

O Coringa é um ótimo retrato de Satanás: ele se opõem a ordem, ele é cruel, seus planos são engenhosos e espantosos, ele joga sujo, busca atingir o ponto fraco das pessoas. Sua única motivação é a destruição da raça humana. Seus esforços estão dirigidos em exterminá-la, das mais variadas formas. Isso existe desde que a humanidade está debaixo do Sol.
Satanás sabe que perdeu a batalha cósmica quando um dos seus planos aparentemente mais engenhosos conseguiu ser cumprido: o assassinato do Deus encarnado realizado pela humanidade. Mal sabia ele da grande reviravolta que a entrega do Deus homem à morte provocaria no cosmos.

Satanás é um rebelde. Ele se rebelou contra Deus. Homens e mulheres são rebeldes, desde que o relacionamento com Deus foi rompido num jardim. Cabe a cada um de nós num processo misterioso em tomar parte numa dessas duas grandes vertentes do cosmos: a rebelião contra o Deus trino ou a libertadora rendição ao seu governo, o seu invísivel mas real reino.

Que tenhamos a coragem necessária para assurmimos nossas posições no cosmos e caso essa seja de rebelião, que haja sincero arrependimento e rendição ao senhorio de Cristo. Dia após dia.

sábado, 5 de julho de 2008

Sobre The Office


Então, depois de meses, definições e novas indefinições, volto a escrever, esse exercício tão prazerosa de construir diálogos com o nada (ou não).
Enfim, quero escrever sobre a melhor série de comédia que existe (melhor que Friends!): The Office.
Trabalhar em escritório é um arte, já que cada é um microcosmo peculiar. Como já trabalhei em uns 7 diferentes, inclusive de localidades diferentes, descobri que existem coisas que são tipo default nesses ambientes de trabalho. Explico: por exemplo a guerra de cadeiras, onde as pessoas ficam "roubando" as melhores cadeiras, trocando-as após o expediente ou antes de seu inicio. Isso é só um dos milhares exemplos que vi se repetir em localidades diferentes.
Essa série traz alguns exemplo da vida do escritório e nos envolve com personagens ricos e não tão surreais como Michael Scott, Dwight, Jim, Pam e cia. Se você nunca se aventurou nesse terreno arenoso e cheio de perigos, dificilmente achará graça dos episódios e tramas contidas.
Quando Dwight tenta puxar o tapete de Michael pedindo para Jan a vaga de chefe do escritório da desconhecida Dunder Mifflin, distribuidora de papéis, nos surpreendemos como Michael soluciona o problema.
Outra coisa que eu curto são as brincadeiras que Jim apronta com Dwight, seja enviar faxes para ele como se fosse o Dwight do futuro mandando recados ou simplesmente o envolva numa missão ultrasecreta da CIA. Curto também o romance dele com a Pam, a secretária/babá.
Como estou com sono e não estou querendo escrever, fica a dica, assista The Office e ria de suas próprias misérias na vida corporativa!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Sobre as palavras...

Não sei se você já sentiu isso, uma vontade enorme de fazer algo lícito que vc curte, mas que vc nega, simplesmente esperando que isso acumule dentro de você até naturalmente expressar aquilo que pensa, que sente, com serenidade e segurança. Não sei se isso é lance de artista, apesar de não me considerar um, entretanto, isso acontece comigo.
No caso, seria escrever. Tanta coisa aconteceu desde o último post, a vida é dinâmica e não pára, embora às vezes pareça como aquela àgua parada e sem vida represada num pneu velho, mesmo assim a vida segue...
Após muito pensar, resolvi escrever sobre as palavras, que são tão costumeiras como pardais, mas tão fatais como serpentes, ou tão vívidas quanto a um Labrador. Ah as palavras... Elas estão por aí, na sua boca ou numa música executada num mp3 player ou um disco na vitrola. É fácil encontrá-las nos programas de tv e também nos filmes. Ao andar pela rua vc as verá nos letreiros, nos adesivos dos carros, nas bancas e até nos livros que vc (não) lê.
Elas foram o meio que o criador deste universo elaborou para a humanidade expressar a vida, seja através de sons ou com o advento da escrita, visivelmente.
As palavras podem ser agradáveis ou simplesmente àsperas, podem ser um Oásis ou um Saara, enfim, nossas vidas passam por elas. Algumas guardamos em nossas mentes, ao ponto de ficarmos estáticos quando a ouvimos independente do contexto, elas nos remetem a situações que aprecíamos ou que nunca gostaríamos de ter conhecido.
É incrível quando uma outra pessoa consegue sintetizar nossos pensamentos e emoções através de palavras que não conhecemos, mas que quando traduzidas e interpretadas corretamente, parecem ter sido proferidas por nós.
Com o passar do tempo percebi minha preferência por autores das mais diversas mídias, e lembrando as que usam palavras como a literatura, a música, o cinema, a televisão e o teatro, tenho uma pequena lista de pessoas que aprecio e que parecem se relacionar comigo são elas:

Literatura: Dostoiévski, Chesterton, Houston, Machado de Assis e o Quintana.
Música: Foo Figthers, Zélia Duncan, John Mayer, Pato Fu, Paralamas, Alanis Morissete, Sérgio Pimenta, Janires, Los Hermanos, Zeca Baleiro e outros...
Cinema: Cameron Crowe (para mim o cara é brilhante).
Televisão: Greg Berlanti
Teatro: Shakespeare

É incrível poder ver a natureza humana e a graça comum através das obras desses caras, às vezes, quando ouço uma música, vejo um filme, ou leio um livro, tenho a sensação de conversar com essas pessoas em minha mente, apesar da distância de tempo e espaço que tenho deles, isso é incrível, perceber que existe uma espécie de conexão com eles através desses trabalhos.

A vida é incrível. Existir é simplesmente experimentar algumas dos zilhões de possibilidades que podem ocorrer a alguém neste planeta, das horríveis, às sublimes, sem ignorar às que isturam ambas.
Viver dói mas ainda não inventaram nada melhor!
Sofrer é horrível, mas sem sofrimento não há aperfeiçoamento em nosso caráter.
A extâse do prazer é sublime, mas sua perpetuação além de nos arrancar a sensibilidade e matar o prazer, nos conduz ao egoísmo exacerbado e a alienação.
Bom é saber aproveitar a dor e a alegria e com elas, formar um mosaíco sortido de peças belas e feias, mas que contrastam e formam uma beleza única, a qual chamamos vida.

Não use as palavras apenas para se rebelar e ampliar a dor, use-as para também propagar vida.