quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Sobre as palavras...

Não sei se você já sentiu isso, uma vontade enorme de fazer algo lícito que vc curte, mas que vc nega, simplesmente esperando que isso acumule dentro de você até naturalmente expressar aquilo que pensa, que sente, com serenidade e segurança. Não sei se isso é lance de artista, apesar de não me considerar um, entretanto, isso acontece comigo.
No caso, seria escrever. Tanta coisa aconteceu desde o último post, a vida é dinâmica e não pára, embora às vezes pareça como aquela àgua parada e sem vida represada num pneu velho, mesmo assim a vida segue...
Após muito pensar, resolvi escrever sobre as palavras, que são tão costumeiras como pardais, mas tão fatais como serpentes, ou tão vívidas quanto a um Labrador. Ah as palavras... Elas estão por aí, na sua boca ou numa música executada num mp3 player ou um disco na vitrola. É fácil encontrá-las nos programas de tv e também nos filmes. Ao andar pela rua vc as verá nos letreiros, nos adesivos dos carros, nas bancas e até nos livros que vc (não) lê.
Elas foram o meio que o criador deste universo elaborou para a humanidade expressar a vida, seja através de sons ou com o advento da escrita, visivelmente.
As palavras podem ser agradáveis ou simplesmente àsperas, podem ser um Oásis ou um Saara, enfim, nossas vidas passam por elas. Algumas guardamos em nossas mentes, ao ponto de ficarmos estáticos quando a ouvimos independente do contexto, elas nos remetem a situações que aprecíamos ou que nunca gostaríamos de ter conhecido.
É incrível quando uma outra pessoa consegue sintetizar nossos pensamentos e emoções através de palavras que não conhecemos, mas que quando traduzidas e interpretadas corretamente, parecem ter sido proferidas por nós.
Com o passar do tempo percebi minha preferência por autores das mais diversas mídias, e lembrando as que usam palavras como a literatura, a música, o cinema, a televisão e o teatro, tenho uma pequena lista de pessoas que aprecio e que parecem se relacionar comigo são elas:

Literatura: Dostoiévski, Chesterton, Houston, Machado de Assis e o Quintana.
Música: Foo Figthers, Zélia Duncan, John Mayer, Pato Fu, Paralamas, Alanis Morissete, Sérgio Pimenta, Janires, Los Hermanos, Zeca Baleiro e outros...
Cinema: Cameron Crowe (para mim o cara é brilhante).
Televisão: Greg Berlanti
Teatro: Shakespeare

É incrível poder ver a natureza humana e a graça comum através das obras desses caras, às vezes, quando ouço uma música, vejo um filme, ou leio um livro, tenho a sensação de conversar com essas pessoas em minha mente, apesar da distância de tempo e espaço que tenho deles, isso é incrível, perceber que existe uma espécie de conexão com eles através desses trabalhos.

A vida é incrível. Existir é simplesmente experimentar algumas dos zilhões de possibilidades que podem ocorrer a alguém neste planeta, das horríveis, às sublimes, sem ignorar às que isturam ambas.
Viver dói mas ainda não inventaram nada melhor!
Sofrer é horrível, mas sem sofrimento não há aperfeiçoamento em nosso caráter.
A extâse do prazer é sublime, mas sua perpetuação além de nos arrancar a sensibilidade e matar o prazer, nos conduz ao egoísmo exacerbado e a alienação.
Bom é saber aproveitar a dor e a alegria e com elas, formar um mosaíco sortido de peças belas e feias, mas que contrastam e formam uma beleza única, a qual chamamos vida.

Não use as palavras apenas para se rebelar e ampliar a dor, use-as para também propagar vida.

3 comentários:

Anônimo disse...
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Esdras disse...

Entrei pra comentar meio sem saber o que dizer. Olhei a data da mensagem que você removeu e dei de cara com a data do meu aniversário. Esquisito isso.
Daí pensei um pouco nesse meu último aniversário e em tudo que tem acontecido nesse ano. Em tão pouco tempo tanta coisa acontece.
Gosto de escrever, não o faço sempre, mas gosto.
Talvez esse seu blog me estimule fazer isso mais vezes. Fica na paz verdadeira e incondicional do Principe da Paz de Isaias 9:6.

Unknown disse...

Ah, quando a alma desvelada por outro reconhece a si mesma como que por espelho, sente-se ligada à tantas de que nem supunha a existência. A escrita é um transbordar da humanidade "em si" que encontra "no outro" ressonância. Penso que seja assim :-)